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quinta-feira, 22 de março de 2012

VI. Admirável

*Este texto é a sexta parte do Romance. Você pode ler as outras partes clicando nos links ao lado do texto.

 

O fim de semana correu tão depressa que não pude acompanhá-lo e chegou a tão esperada terça, esperada por Fabrício, por que eu sinceramente não dava a mínima. Não estava afim de ser conhecido, nem de conhecer ninguém, eu já conheço tantas pessoas, que as vezes quando encontro na rua,não  lembro nem os nomes de alguns.

Fabrício chegou logo cedo da noite, por volta das seis e meia... – cheguei Íthalo – falou mostrando os dentes.

- Que alegria é essa e por que chegasse tão cedo!?
- Para certificar-me que o “senhorito” não vai fugir.
- Fugir do que? – perguntei, mas reconhecendo que a suspeita dele tinha sentido.
- Da fama! Meu caro, da fama. – ele retrucou sinicamente.
- Que fama o que!!
- Não adianta disfarçar, você não escapa Sr. Íthalo Sholal.
- Irei se quiser, não sou obrigado...
- Você disse que iria Sholal, eu já não agüento mais, ela perguntando, o tempo todo pelo artista, ela quer te conhecer Íthalo.
- Me conhecer não, conhecer o artista!
- E quem é o artista senão...
- Eu vou Fabrício, já disse que vou, então eu vou, mas, sinceramente eu não faço a mínima questão, de conhecer a vossa amiga.
- Deixa de ser abusado Sholal, ela é uma pessoa muito legal.
- Duvido muito - resmunguei.

Nessa altura já íamos saindo, quando o tempo fechou ameaçando chover.

- É moco parece que vai chover, ela vai ter que me conhecer outro dia.
- Nada disso, iremos mesmo na chuva, se começar a chover. Oh! Como estás se sentindo importante, para ficar adiando... É pensando bem eu vou dizer a ela que o tal ARTISTA não pode vim porque ele estava muito ocupado com os negócios da empresa, e outras coisas mais importantes...
- Está bem Fabrício, vamos logo conhecer essa tão simpática senhorita, vamos lá que eu não agüento mais essa tua lamúria.
- É bom mesmo, por que você iria hoje mesmo, por bem ou arrastado.
- Oh! Como és “FORTE”, para levar alguém arrastado, não sei como ficas em pé magrelo.
- Muito engraçado isso, como se fosses grande demais.
- Espera ai, estás me chamando de pequeno.
- Não! Pequeno não, você e muito grande, por sinal – falou debochado.
- Cuidado, respeita os baixinhos, que e bom para tua saúde...
- Hehe, tuas ameaças não fazem medo nem a tu mesmo baixinho...

Nesse trocadilho divertido e sem sentido, chegamos a um bairro nobre da cidade, chamado Torres-Villes, quando falei surpreso:

- Meu amigo ela mora aqui!?
- Por que o espanto – perguntou com naturalidade.
- Aqui é o bairro mais nobre da cidade, onde só mora barão!
- Oh! Que besteira.
- Besteira?? – retruquei.
- É besteira, daqui para o cemitério mais tarde ou mais cedo, não é tu que vives dizendo isso.
- Vivia Fabrício, vivia, e as cousas não são bem assim...

Paramos em frente a um grande e bem trabalhado portão... neste havia tantos detalhes, trabalhados no aço, que devem ter levado uns cincos anos no mínimo para serem feitos, e devia ter custado milhões. Não vi nenhum sino, nem outro meio de chamada, mas logo fomos atendidos, por um senhor, que me pareceu, ser o porteiro ou vigilante, não sei, pois ele trajava uma espécie de uniforme, um tanto elegante.

- Pois não, os senhores desejam falar com alguém?
- ... – Fabiano falou algo com ele, que eu não prestei bem atenção, pois estava distraído, olhando ainda os minuciosos detalhes do portão, que logo foi aberto. Entramos, caminhamos um pouco pelo jardim da casa, que apesar da noite estar tão escura, pois o tempo continuava fechado ameaçando chover, mesmo assim dava para perceber alguns detalhes do luxuoso ambiente, entre as sombras dos arbustos, havia alguns bancos espalhados e junto de cada um dele havia um poste. Que combinava com a estrutura dos bancos...

- Ela é muito legal tu vai gostar dela. - Falava Fabrício - enquanto eu observava os belos pontos, e as particularidades do ambiente...

Quando voltei meu olhar para frente, tínhamos chegado a uma área mais aberta, onde havia uma esplêndida fonte à frente de uma enorme escada, que dava acesso a mansão, arquitetonicamente bem estruturada e edificada no estilo europeu. Antes que eu pudesse observar melhores detalhes, chegamos a escada com majestosos corrimãos, subimos e assim chegamos a uma varanda, área essa que transmitia um grande bem estar.

Então pude olhar ao meu redor, e observei que estava num lugar admirável. Um dos ambientes mais belo que meus olhos já viram, apesar da penumbra da noite certamente ocultar a beleza maior da paisagem, que certamente deveria ser mais bela, durante o dia quando a vegetação está refletindo suas cores naturais, quando podemos ver particularidades que só a natureza tem, as tonalidades de verde contrastando com o azul do céu, que são ocultos nas sombras escuras das noites.

Entretanto, mesmo numa noite como esta onde as nuvens escondem os brilhos da estrelas, não pude deixar de perceber a beleza singular do lugar onde estávamos.


2 comentários:

  1. Vê se não demora mais de um mês pra postar a outra parte ....rsrsrsrs
    Muito Bom ...como sempre amei...

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  2. É verdade, não pode demorar.
    Quero saber quem será essa senhorita!?
    Tenho minhas suspeitas...rsrs

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