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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Adoração: Um Relacionamento com Deus


Quando procuramos entender o significado do “Culto” na busca de compreender melhor o que constitui a adoração, encontramos algumas definições que nos ajudam nesse trabalho, dentre as que mais nos chamam atenção está a de Onézio Figueiredo ao afirmar que, “o culto é o serviço prestado a Deus pelo salvo e pela comunidade em todas as atividades vitais e existenciais.” [1] De acordo com ele, o culto está primeiramente relacionado à vida do adorador, ou seja, os seus atos diários, com o testemunho de uma vida que exalta a Deus, nesse sentido: “A adoração seria filha da mordomia.”[2] Ou seja, do serviço à Deus e ao próximo. Em segundo lugar, o culto está relacionado à forma da adoração comunitária, onde a igreja congregada engrandecer a Deus por meio de uma liturgia.[3]
Porém queremos abordar e destacar o desenvolvimento e atitude do culto público, contudo não deixamos de lado a adoração como atitude vida do servo de Deus, pois, entendemos que ambos andam juntos, na verdade um é manifestação do outro, conclui-se que, “O culto é o serviço devido a Deus pelo seu povo e se expressa em todos os planos da existência humana.” [4]
Portanto, na busca de construir uma liturgia racional, entendendo, que o culto público é parte do serviço prestado à Deus, sendo assim parte do nosso relacionamento com Ele, observemos alguma definições de culto:
“O culto público, promovido pela igreja é uma parcela do serviço total do povo de Deus, no qual o Senhor vem ao seu encontro, requer a sua adoração, mostra-lhe o seu pecado, perdoa-lhe quando se arrepende, confia-lhe a sua mensagem e espera a sua resposta em fé, gratidão, amor e obediência.”[5]  
A partir dessa mesma linha de raciocínio, compreendendo que o culto é um relacionamento com Deus, muitos descrevem o culto como sendo uma resposta do homem à Deus.[6] “O culto é nossa resposta à glória de Deus: reconhecendo sua glória com nossas mentes, amando sua glória com nossos corações, proclamando sua glória com nossos lábios, celebramos sua glória em todo o nosso viver.” [7]
Dessa maneira a adoração é expressa como um diálogo com Deus, no qual os que tem um relacionamento com do Senhor reconhecem a grandeza de Deus e com a mente e o coração, presta louvores à Deus pelos cânticos e pela oração, na qual falamos para Deus todo o que sentimos e queremos. Assim sendo, “O culto é a expressão da alma que conhece a Deus.” [8] e dessa maneira:
“Em essência o culto é um encontro de Deus com seu povo no qual se estabelece um diálogo: Deus fala à Sua Igreja através de Sua Palavra e a Congregação expressa sua adoração ao Senhor mediante as orações, oferendas e hinos.” [9]
Esse “expressar” constitui exatamente a resposta do homem à Deus, ao ouvir o seu chamado. A partir desse chamado, Deus entra em um relacionamento com o homem, movido pelo Seu amor soberano, e o homem o responde quando obedece a sua Santa Palavra. Assim, constitui o diálogo acima descrito, a iniciativa desse relacionamento parte de Deus e não do homem, “o culto é um diálogo entre Deus e o homem. Deus toma a iniciativa e o homem responde. Em seguida o homem vem para o culto público e dirige-se a Deus, e este lhe responde.” [10]
Portanto, o culto é uma atitude responsiva do homem, assim: “O culto é a resposta reverente e adoradora que só se torna possível pela graça de Deus, que nos dá vida, e capacita-nos para esse momento.”[11] Dessa maneira, o culto cristão não é simplesmente uma ação humana, mas uma atitude de resposta à ação de Deus, que primeiro veio ao homem, revelando-se e capacitando-o a compreender sua Palavra e a responder-lhe.[12]
No culto, o adorador expressa seu louvor e gratidão à Deus, por meio das orações e dos cânticos, e o Senhor fala com eles por meio de Sua Santa Palavra lida e fielmente pregada. O constitui assim um encontro com Deus, onde a alma entra em um diálogo com seu Criador, Assim a, “Adoração é uma forma de relacionamento... a celebração cúltica sempre se manifesta como alguma forma de diálogo com Deus. Há o momento de dizer e de ouvir.” [13] Nesse sentido existe a ordem do culto, que é também chamada de litúrgia, esta deve ser de acordo com as Escrituras, e não moldada pelas preferências ou sujestões dos homens, pois, o SENHOR é quem diz em sua Santa Palavra como quer ser adorado. 
Concluimos que o culto é o reflexo do nosso relaciomanto íntimo com Deus, o culto que é apenas de aspecto externo ou aparente, constitui um ato de hipócrisia não de adoração, pois, o culto é um encontro com Deus, no qual glorificamos e cantamos louvores ao Senhor, do fundo do nosso coração sincero e grato à Ele por Sua Pessoa e Seus atos.[14] Assim, “A adoração cristã é a relação da alma com seu Criador.”[15]


Veja Também: Elaboração Litúrgica
 

[1] FIGUEIREDO, Onezio, Opúsculo II. Artigo divulgado pela CE-IPB.
[2] Ibid.
[3] Ibid.
[4] AMORESE, Rubem Martins. Louvor, Adoração e Liturgia. Viçosa-MG: Editora Ultimato, 2004. p. 130.
[5] Ibid.
[6] HOLLANDA, Roberto Torres, Culto: Celebração e Devoção. Rio de Janeiro: JUERP, 2007. p. 19.
[7] MAN, 2007. Apud. HOLLANDA, Roberto Torres, Culto: Celebração e Devoção. Rio de Janeiro: JUERP, 2007. p. 20.
[8] COSTA, Hermisten Maia P., Teologia do Culto. Belo Horizonte: CEP, 1984. p. 13.
[9] Ibid.
[10] HOLLANDA, Roberto Torres, Culto: Celebração e Devoção. Rio de Janeiro: JUERP, 2007. p. 19.
[11] MAIA, Hermisten, Fundamentos da Teologia Reformada. São Paulo: Mundo Cristão, 2007. p. 129.
[12] Ibid. p. 130.
[13] AMORESE, Rubem Martins, Louvor, Adoração e Liturgia. Viçosa-MG: Editora Ultimato, 2004. p. 98.
[14] HOLLANDA, Roberto Torres, Culto: Celebração e Devoção. Rio de Janeiro: JUERP, 2007. p. 20.
[15] CAMPBELL, Viola Dee, Elaborando Programas de Adoración. Casilla, Buenos Aires-Argentina: Casa Bautista de Publicaciones, 1968. p. 12.

2 comentários:

  1. O texto aborda o culto contínuo de cada crente [no dia a dia] e o culto público no dia do Senhor, como resultado de uma vida vivida em santidade diária. Muito bom. É assim que creio

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  2. Bom conteúdo e as musicas, só as melhores num tempo que musicas cristãs onde cristo era o centro não nós homens miseravelmente pecadores.

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