quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Orgulho: Espelho do Ego


Orgulho: Espelho do Ego


No silêncio da mente, ergue-se um rei,

Vestindo vanglória e vaidade.

O ego caminha, altivo, sem lei,

Num trono de sombras e falsas verdades.

 

Fala de conquistas e méritos próprios,

Se alimenta de aplausos e auto elogio.

Mas no fundo, coitado, só quer atenção,

Um pouco de afeto, talvez compaixão.

 

O orgulho é muro que separa o abraço,

Nó que aperta o coração,

Silêncio onde caberia um afago.

Vaidade disfarçada de razão.

 

Se o orgulho bater na porta,

Deixe-o lá sozinho.

Abra espaço para humildade,

E siga leve como um passarinho.

 

No espelho da alma, o ego se exibe,

Vestindo vanglória, de tudo que vive.

 

O orgulho caminha com passos de rei,

Erguendo muralhas por onde ele vai.

Não pede desculpas, não volta a trás,

Prefere ser pedra, do que se curvar.

 

O ego quer aplausos, holofotes, poder,

O orgulho quer tronos que não quer ceder.

Mas ambos se perdem na própria ilusão,

Confundem respeito com dominação.

 

Orgulho é sombra que finge ser luz,

É voz que grita no meio da paz.

Constrói castelos sobre vaidades,

Mas, com o tempo tudo se desfaz.

 

O Ego, quer ser o centro da atenção,

Sempre querendo ter razão,

Confunde temor com admiração,

Se perde na própria ilusão.

 

Mas quando o ego se cala, enfim,

Brota a verdade, suave e sutil:

Que as pessoas são mais importantes,

Que o orgulho infantil.


Ego vs. Humildade

Peça de teatro em um ato, com elementos de cordel e repente.

 

CENÁRIO

Um terreiro de vila no sertão nordestino. Há um palco improvisado com bandeirolas, sanfona ao fundo e uma roda de gente animada. No centro, dois personagens se encaram: Ego, vestido com roupas chamativas e brilhantes; Humildade, simples, sereno, com chapéu de palha e olhar tranquilo.


PERSONAGENS

Ego: Arrogante, espalhafatoso, sempre querendo ser o centro das atenções. Fala alto e gesticula muito.

Humildade: Calmo, sábio, fala com firmeza e doçura. Usa palavras simples e profundas.

Narrador: Conta a história e interage com o público.

Povo: Plateia que reage, aplaude, comenta e participa com entusiasmo.

 

ATO ÚNICO

Narrador (entra com voz de cordel):

No terreiro da vaidade, vai começar a confusão,

Dois cabras vão se enfrentar, cada um com sua razão.

De um lado vem o Ego, com pompa e ostentação,

Do outro, a Humildade, com paz no coração.

(Ego entra dançando, jogando confete e fazendo pose)

 

Ego:

Eu sou o brilho do mundo, sou estrela, sou clarão!

Quem me vê já se encanta, quem me ouve bate mão.

Não preciso de ninguém, sou poder e decisão,

Humildade que se esconda, que eu sou a solução!

(Humildade entra devagar, cumprimentando o povo com respeito)

 

Humildade:

Quem se acha tão grande, esquece da direção.

A vida é feita de encontros, de escuta e de perdão.

Não se mede um cabra bom pela roupa ou ostentação,

Mas pelo que ele reparte, com amor e compaixão.

(O povo reage: “Oxente, falou bonito!”)

 

Ego (inflado):

Compadecer é fraqueza, eu sou força, sou ação!

Se eu mando, o mundo obedece, sou dono da situação.

Humildade é pra quem perde, pra quem vive na solidão,

Eu sou festa, sou poder, sou pura revolução!

 

Humildade (com sorriso):

Revolução sem respeito vira só confusão.

Quem escuta o outro cresce, quem se cala tem razão.

O maior não é quem grita, nem quem sobe no balcão,

É quem ajuda em silêncio, sem buscar aprovação.

 

Narrador (com ritmo de repente):

O duelo foi bonito, cada um com seu refrão,

Mas o povo já percebe quem tem mais coração.

Ego abaixa a cabeça, sente a tal transformação,

Humildade vence o embate com sabedoria e chão.

(Ego se aproxima de Humildade, estende a mão com humildade recém-descoberta)

 

Ego:

Talvez eu tenha falhado, fui vaidade e ilusão.

Mas aprendi com teu verso, com tua paz e tua mão.

Se quiser, me ensina a ser mais gente, menos patrão,

Pois quem anda com verdade nunca cai na escuridão.

(O povo aplaude, a sanfona toca, e todos dançam juntos no final)

 

ENCERRAMENTO MUSICAL

Todos cantam juntos uma quadrinha final:

 

“No sertão da consciência, quem vence é quem sabe amar,

O ego pode espernear, mas a humildade vai ficar.

Que essa peça vire espelho, pra quem quiser se encontrar,

Pois o maior dos cabras é quem sabe escutar.”

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