Na Tela da Ilusão
Acorda e já pega o celular,
nem café, nem bom dia pra dar.
O dedo desliza sem rumo nem fim,
mas o mundo lá fora tá longe de mim.
Na rede se vive de filtro e curtida,
mas por dentro a alma anda meio perdida.
Comparo meu dia com o post do vizinho,
e esqueço que a vida não tem só um caminho.
Tem gente que ri só pra foto sair,
mas no fundo queria era mesmo fugir.
E o tempo escorrendo igual areia na mão,
pra ganhar um “like” e perder conexão.
A conversa virou notificação,
amizade virou reação.
E o olho que brilha na tela azulada
já não vê quem tá na mesma estrada.
O excesso nos prende, nos faz esquecer
que o mundo é mais vivo quando se quer ver.
Então larga um pouquinho, respira, repara:
a vida acontece fora da cara.
Acorda e já pega o bicho,
o tal do celular,
nem reza, nem toma café,
mas, já tá com o dedo lá.
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