A Obra Missionária e a Família
Introdução
Ao vermos a expressa ordem do Senhor; de que devemos ir por todo mundo e pregar o evangelho a toda criatura, observamos a necessidade da obra missionária. Contudo, é preciso compreender a função de cada pessoa nesse trabalho, e como a família pode contribuir, participar ou enfrentar dificuldades nessa sublime tarefa. Quando olhamos para a vida e a obra do apostolo Paulo, um dos maiores missionários que o mundo conheceu, temos através do seu trabalho e do seu ensino um padrão apropriado para o envolvimento da família nas missões.
Observações Gerais da
Obra Missionária
Quando falamos da expansão do evangelho
pelo mundo, e especialmente em uma análise participação da família na obra
missionária, não podemos deixar de mencionar o ensino de um dos maiores
missionários de todos os tempos, o apóstolo Paulo. Contudo, pelo que sabemos
esse apóstolo era solteiro, tinha profissão; fazia tendas para o sustento.
Porém, ao escrever a sua primeira carta a igreja de Corinto, descreve a
participação dos solteiros e dos casados na obra do Senhor, pois, os solteiros
podem dedicassem inteiramente e desimpedidamente ao Senhor, porém os casados
têm a preocupação com a família e assim enfrentam maiores dificuldades nesse
trabalho. (1Co 7.32-35)
A necessidade principal das missões ocorreu
com o entendimento que todo cristão deveria obedecer à ordem dada por Deus em
anunciar o evangelho, pois Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu único
Filho para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna
(Jo 3.16). E a maior parte do mundo não conhece esse fato, enquanto muitos
esperam a segunda vida de Cristo, outros não sabem que Ele veio à primeira vez
ou não compreende corretamente o motivo da sua vinda.
Uma das primeiras dificuldades desse
trabalho é a morte espiritual do homem evidenciada em sua maldade, idolatria,
falta de conhecimento e ingratidão ao Deus verdadeiro. Outra dificuldade bem
comum é a indisposição de muitos cristãos egoístas, acomodados em seus próprios
interesses e desinteressados em cumprir e contribuir com a obra missionária, ou
seja, vivendo e falando do evangelho, e auxiliando aqueles que dedicam sua vida
inteiramente a esta obra. Pois esse trabalho é realizado de forma voluntária e
exige tempo, renuncia e dedicação.
Quando estudamos a vida dos missionários,
podemos observar o pouco recurso que dispunham, e isso sempre trouxe
dificuldades tanto para a obra quanto e especialmente para a família.
Prejudicando muitas vezes até o próprio sustento básico, de tal modo que se não
fosse a misericórdia de Deus muitos já teriam desfalecido completamente ou
naufragado na fé. De fato muitos deram sua vida a favor do evangelho e as
dificuldades sempre acompanharam a vida dos missionários.
Como podemos ver o exemplo do próprio
apóstolo Paulo, que além dos vários perigos e preocupações que enfrentava,
passou por fome, sede e nudez (2Co 11.23-29). Mesmo tendo uma profissão e apoio
de algumas igrejas. (At 18.1-4; Fp 4.10-18)
Dessa forma percebemos que é de grande
importância que a igreja ofereça um apoio não só espiritual, mas também
financeiro. Além disso, é necessário que haja um preparo adequado para aqueles
que vão para a obra missionária longe da sua comunidade, um acompanhamento das
dificuldades reais do campo e um constante incentivo animador motivando o missionário
a permanecer fiel ao Senhor.
O trabalho do missionário é em Conjunto,
seja com a igreja, acompanhando e dando o auxílio necessário para que este
desempenhe sua missão corretamente, seja com a junta missionária dando o apoio
financeiro e enviando reforços humanos. Esses devem trabalhar em conjunto
buscando sempre harmonia com seus companheiros e intercambio com outros
obreiros mais próximos. Assim poderão compartilhar suas dificuldades,
experiências e benefícios, colaborando com os outros no progresso do evangelho
naquela região.
As famílias também devem apoiar e
participar dessa tarefa, mantendo contato constante com os que estão longe,
pois os laços familiares animam e fortalecem os que estão distantes. Além
disso, os missionários devem compreender biblicamente suas responsabilidades
conjugais e os seus votos matrimoniais diante de Deus. A mulher deve cuidar e
apoiar seu marido, buscando compreender e contribuir com a tarefa que o Senhor
lhe deu. Por outro lado o marido deve entender o papel da mulher tanto na
família como no seu chamado específico. Assim deve estar ciente qual sua
responsabilidade para com ela e com os filhos, independe do seu chamado
missionário, pois sua primeira função diante de Deus é ser um bom esposo,
companheiro e pai. Portanto pregar faz parte do seu trabalho.
O diálogo entre o casal é indispensável,
tanto no planejamento familiar como na distribuição das responsabilidades dos
mesmos. Pois a deficiência dessa comunicação aumenta os conflitos e provoca
traumas devido a uma má compreensão do papel de cada um em seu chamado. Há caso
de missionários que abandonam completamente suas esposas com seus filhos e
somem no campo missionário, outros que exigem de forma arbitrária lhe seguirem
para lá e para cá sem considerar a opinião de ninguém e vivem assim
desordenadamente, semeando com as suas próprias mãos a ruína da sua família,
causando e cultivando tristezas, traumas e angústias em seu próprio lar.
Contudo, o apostolo Paulo demonstra que
o marido não deve se apartar de sua esposa, a não ser por mutuo consentimento
por um breve tempo e para dedicar-se à oração, e logo volte a ajuntar-se para
que o diabo não destrua a sua família. (1Co 7.3-5)
De fato, e lamentavelmente, muitos
missionários desconsideram gravemente o que a própria Palavra de Deus diz a
respeito da vida familiar. Dessa forma, sofrem terrivelmente as conseqüências
com desobediência e falta de conhecimento. Por isso que o mesmo apostolo
aconselha que aquele que quer viver integralmente para obra, é melhor que não
se case, porque ao casar deve cuidar das coisas referentes ao seu lar. E não só
ele, mas também o apostolo Pedro falando acerca do casamento, diz que o homem
deve viver a vida comum do lar. (1Co 7.32-35; 1Pe 3.7)
Na maioria dos casos há uma incoerência
entre a mensagem e a vida do mensageiro, tanto pessoal como familiar, pois,
como muitos irão levar o evangelho que restaura vidas e as famílias se a sua
própria está completamente em ruína, e vive contrariando a própria Palavra de
Deus. As Escrituras falam dos que desejam exercer alguma liderança espiritual,
governe bem a sua casa, amando a sua esposa como Cristo amou a igreja e criando
os seus filhos no caminho do Senhor, (1Tm 3.4,5; Tt 1.6,7; Ef 5.25-29). Gandhi
censurando o mal testemunho de um cristão, disse certa vez: “O vosso Cristo eu aceito e admiro, mas o
vosso cristianismo não.”
Portanto, o mal testemunho de muitos
fala tão alto que as pessoas não conseguem ouvir o que ele diz sobre o
evangelho de Cristo, até mesmo os de sua casa não compreendem a sua mensagem.
Assim, o trabalho no campo missionário, exige muito do obreiro e de sua
família, Especialmente quando eles são totalmente dedicados a obra há um
desgaste natural fruto dos esforços constante do trabalho missionário, que
muitas vezes afeta a relação familiar. É necessário haver um período de repouso
e afastamento do contato direto com o campo, isso por causa do cansaço do
obreiro e sua família, causados pelas dificuldades e conflitos relacionais.
Esse momento chamado de férias serve para renovação das forças e do
relacionamento familiar.
Contudo, esse retiro temporário só é
possível com o apoio da junta de missões, enviando para lá substituto
competente, preparado de antemão para suprir a ausência temporária do obreiro
responsável por aquele campo. No caso das férias do missionário ele poderá se
preferir manter contato indireto com os seus companheiros de campo. Dessa forma
continuará cooperando com o progresso do trabalho naquela região.
Como sabemos a parte prática de missões é realizada de forma voluntária por cristãos que sentem de forma íntima o desejo de anunciar as boas novas a todos e em todos os lugares. Porém, além do apoio que já mencionamos à cima, é importante que aquele que está disposto a viver integralmente para este chamado específico, tenha ciência do alto privilégio e das dificuldades que encontrará em seu caminho. E em casos de ausência ou atrasos do apoio necessário da sua manutenção pessoal e familiar é importante que tenha uma profissão ou habilidades que lhe auxilie nessa tarefa.
Os Missionários e a
Família[1]
Podemos identificar à luz da história como a falta desse entendimento e de uma preparação adequada pode acarretar danos em muitas famílias e na obra de vários missionários, e como sua vida familiar acabava dificultando ou prejudicando o testemunho e a expansão do evangelho de Cristo. Contudo, mesmo assim muitos deles deixaram seu legado, seu exemplo bom ou ruim, e também há aqueles que marcaram a história e seus pensamentos influenciaram muitos.
Como por exemplo
o Conde Nicolaus Ludwig Von Zinzendorf,
Um dos maiores missionários estadistas de todos os tempos, considerado um dos
pais do pietismo, com sua metodologia de trabalho, fez avançar a causa das
missões protestantes durante do século XVIII.
Ele nasceu em
1700 em meio à riqueza e nobreza Alemã, e educado pela avó e tia num ambiente
evangélico pietista, fez com que seu coração fosse guiado pelas coisas
espirituais. E foi aos 19 anos que em uma viagem pela Europa sua vida foi
impactada ao ver um quadro que mostrava Cristo suportando a coroa de espinhos,
com os seguintes dizeres: Fiz tudo isto por ti, o que fazes tu por mim? Essa
experiência teve uma influência enorme tanto na sua vocação como também em sua
formação teológica e espiritual.
Porém só foi em
1722 que Zinzendorf se envolveu em um serviço Cristão, ao acolher um grupo de
refugiados protestantes na sua propriedade em Berthelsdorf, também conhecida
mais adiante como Herrnhut. Este lugar cresceu rapidamente, e refugiados
religiosos começaram a chegar transformando a propriedade em uma próspera
comunidade, cheias de casas e lojas. Em conseqüência disto surgiram problemas
chegando a ameaçar sua existência.
Porém, cinco anos mais tarde o clima mudou, através de um culto no dia
13 de agosto com um grande avivamento que, segundos os participantes, marcou a
chegada do Espírito Santo em Herrnhut.
Embora Zinzendorf
tenha abdicado a sua vida de nobre, ele nunca conseguiu eliminar sua arrogância
e presunção, achando difícil se rebaixar à vida de um missionário comum.
Foi supervisor
por 33 anos de uma rede mundial de missionários leigos, treinando-os para
evangelizar com seu próprio sustento, esperando que eles trabalhassem junto aos
seus prováveis convertidos, dando bom exemplo de vida e testemunho de sua fé
também por palavras. Além disso, aconselhava aos jovens que permanecessem
solteiros e quando tinham a permissão para casar-se, a esposa, em geral, era
escolhida por sorteio. Contudo, os missionários tinham seu ministério como
prioritário, abandonando assim sua esposa e família por causa do evangelismo.
O bom exemplo
disso era o próprio Zinzendorf. Sua mulher e filhos ficavam quase sempre para
trás enquanto ele viajava pela Europa e outros lugares. Colocando a
responsabilidade sobre a esposa de tratar dos seus negócios e assuntos legais.
E nos últimos 15 anos de sua união o casamento era apenas nominal. Causando
remorso após a morte de Erdmuth, sua esposa, pois tinha sido extremamente
negligente, esquecendo-se de que ela era uma mulher, esposa e mãe.
Depois de passado
o luto, casou-se com uma camponesa. O casamento passou um ano em segredo para
evitar conflitos em família, por se unir a alguém de um nível social tão
inferior. Porém apesar de sua condição, Anna era uma irmã dedicada que teve
influência ideológica sobre seu marido, especialmente na área do misticismo.
Causando graves problemas na missão.
Sob a liderança
do Conde, a igreja colocara grande ênfase à morte de Cristo. Com o passar do
tempo, o que fora uma ênfase se transformara em terrível obsessão, e a igreja
inteira parecia estar sendo levada por uma forma radical de misticismo. Esse
movimento teve um impacto negativo em missões. Quanto mais místicos e
introspectivos os morávios se tornavam em sua identificação com o sofrimento
físico do Senhor, menos se preocupavam com as necessidades alheias,
especialmente com relação à evangelização mundial. Tudo isso poderia ter
findado se o conde não o reconhecesse que a igreja havia “degenerado
grandemente” e que ele mesmo talvés havia ocasionado isto. Zinzendorf conseguiu
superar esse breve período, porém perigoso e alcançou que os seguidores
retornassem ao caminho certo.
Outro problema
que vemos foi sua falta de administração financeira, causando dívidas
astronômicas.
Outro missionário
que também deixou sua marca e chamou nossa atenção ao estudar sua vida foi William Carey. Ele nasceu em 1761 de uma
família simples, perto de Northampton, Inglaterra. E com 16 anos passou a ser
aprendiz de sapateiro, onde foi convertido por intermédio da influência de
outro aprendiz.
Antes de fazer 20
anos casou-se com a cunhada de seu empregador, Dorothy. Esta, como muitas das
mulheres inglesas do século XVIII de sua classe social, era analfabeta. A união
desde o início não tinha harmonia e com o passar do tempo e a ampliação dos
horizontes de Carey, o distanciamento entre eles só aumentou. Os primeiros anos
de casamento foram difíceis e pobres.
Após a publicação
de um livro que apresentava muito bem a defesa das missões estrangeiras houve a
decisão dos ministros em organizar uma nova junta de missões (Sociedade Batista
Missionária). Com isto, foi nomeado o primeiro missionário, John Thomas, para
ir para as índias. Imediatamente Carey se ofereceu como companheiro adequado
para Thomas. E esta decisão foi entendida como repentina, pois a igreja ficou perturbada
com a perda de seu pastor, seu pai veio julgá-lo como louco e sua mulher também
se opôs a esta viagem, pois iria embarcar em uma viagem ariscada de cinco meses
com três filhos pequenos e o quarto a caminho, para passar o resto de sua vida
em um clima insalubre. Porém isso não foi obstáculo para Carey viajar.
Chegando na índia
e com receio de ser deportado mudou com sua família para interior. Ali,
cercados pelos pântanos cheios de malária, os Carey viveram em tristes
circunstâncias e Dorothy e os dois meninos mais velhos ficaram muito doentes,
necessitando atenção constante de Carey, este, tendo seus sonhos idealistas do
trabalho missionário rapidamente desaparecendo.
Por outro lado,
Dorothy, com o passar do tempo, separou-se de sua irmã, e a morte trágica do
pequeno Peter de cinco anos sua saúde física e mental declinava cada vez mais e
Dorothy, aparentemente, sofria alucinações que a convenciam que seu marido era
infiel a ela. Estes delírios da sua mente não só causaram grandes tumultos,
como também criaram confusão em seu ministério e mensagem. Essa circunstância
teve seu preço para Carey, como fica evidenciado em suas anotações em seu
diário: “Esse realmente é o vale de trevas e morte para mim, [...] Ó que fardo
é o coração árido”. Mas apesar da
situação traumática da família, Carey não esqueceu a finalidade de sua presença
na Índia, deixando um legado para os futuros missionários. Além do evangelismo,
educação e tradução, focou sua atenção em questões sociais, especialmente
contra o infanticídio e a queima de viúvas. Tinha como objetivo fundar uma
igreja nativa “por intermédios de pregadores locais”, fornecendo as Escrituras
na língua nativa e foi a essa finalidade que dedicou sua vida.
E por ultimo
queremos lembrar o casal Marcus e
Narcissa Whitman, esses últimos por muito tempo foram considerados como
Mártires do cristianismo no oeste dos Estados Unidos. Contudo, os últimos
detalhes do seu ministério naquela região, demonstra o quanto foram imprudentes
e o quanto foi prejudicial ao evangelho sua estada entre os nativos, mesmo
sendo ele médico e trabalhando entre os índios.
Nascidos no
início do século XIX, ambos experimentaram o avivamento espiritual daquela
época. Ela era professora do jardim da infância, e filha de um juiz. Contudo o
coração de Narcissa estava inclinado ao trabalho missionário. Os primeiros
equívocos que vemos nesse casal diz respeito ao seu casamento, ela queria ser
missionária, porém, naquele período as mulheres solteiras não podiam se alistar
nas juntas de missões, e assim vivia a lamentar esse fato.
Marcus Whitman,
era médico e chegou a lecionar medicina por algum tempo, mas também tinha
interesse em missões, e sabendo de Narcissa foi a sua procura, e lhe propôs um
acordo. Em seguida saiu a procura de um campo missionário que fosse apropriado
para os dois e quando voltou casou-se com ela, esse contrato matrimonial que
aparentemente tinha um propósito bom no início se desdobraria de forma trágica
no final.
Tiveram
dificuldades em trabalhar em conjunto com outros missionários o casal Henry e
Eliza Spalding também estavam indo trabalhar naquela região, ele era um
ministro com bom treinamento, porém tinha dificuldade me trabalhar em equipe,
Narcissa tinha conhecido o Sr. Henry anos antes e havia recusado casar com ele.
Contudo, concordaram em viajar juntos, a viagem foi bastante complicada,
sugiram conflitos relacionados à ciúmes, e também tiveram muitos problemas de
saúde. Pouco tempo depois os dois casais resolveram trabalhar separados.
Depois de algum
tempo vivendo no campo missionário, devido as constantes dificuldades
financeira e resistência dos nativos à aceitar o evangelho, o casal Whitman se
esqueceu do propósito inicial pelo qual tinham ido viver entre os índios.
Narcissa passou a
se dedicar apenas aos serviços da casa fazia tudo sozinha e não aceitava a
ajuda de ninguém, as brigas eram freqüentes, sempre criticava as outras
mulheres e não explicava o que deviam fazer, e as vezes passava o dia inteiro
sem sair do quarto. Tinha abandonado completamente aquele fervor e desejo por
missões. Vivia constantemente aborrecida, triste e angustiada naquela
região.
Além disso um
evento que marcou a vida desse casal foi a morte de sua única filha, que morreu
afogada aos dois anos de idade em um dos rios da vizinhança ao sair sozinha, a
partir daí os desgostos de Narcissa aumentaram, ao ponto de escrever ao seu pai
dizendo que sofria com “sua profunda tristeza” e sentia-se “desesperada e
deprimida”.
Começaram a
plantar e comercializar seus produtos, em seguida buscavam ter sempre mais
lucros naquelas terras, a sua casa e as roupas que usavam causavam
aborrecimento aos nativos, que diziam que eles estavam ficando ricos à custa
dos prejuízos deles, os conflitos aumentaram ainda mais quando eles passaram à
hospedar constantemente os estrangeiros que viam àquela região.
Os índios também
os culpavam de trazer doenças para suas tribos, pois, muitos estavam morrendo
mesmo sobre os cuidados médicos de Marcus, que foi posteriormente acusado
ignorantemente pelos índios de estar envenenando-os, tudo isso terminou em um
massacre à família Whitman e seus hospedes sendo poupados apenas as crianças e
as mulheres com exceção de Narcissa que também foi assassinada.
Contudo, o casal Spalding que ficou trabalhando próximo aquela região desenvolveram um excelente ministério, Eliza ensinava as crianças e os adultos, usava também vários recursos visuais produzidos por ela mesma. O trabalho exemplar do casal Spalding, mesmo sendo ele de temperamento difícil, foi reconhecido por missionários que sucederam o casal após sua morte por causas naturais, afirmavam que o povo era muitos educados e demonstravam muito interesse em aprender cada vez mais o evangelho. Surgiu assim uma escola de pregadores, que mesmo tendo de trabalhar duramente na terra, eram sempre dedicados ao estudo da Palavra de Deus.
Conclusão
Quando observamos esses e outros exemplos do trabalho missionário, podemos ver a existência de uma grande diferença entre o que se tem em mente e a realidade da obra e dos campos missionários. Contudo, houve muitos benefícios para obra de evangelização, apesar da dificuldade de muitos em realizar essa excelente tarefa. Podemos também observar que um despreparo tanto, bíblico como familiar do missionário, pode trazer consequências trágicas para esse sublime trabalho, provocando traumas e outros prejuízos, tantos pessoais como coletivos.
Ivanildo S. dos Anjos
[1]Os exemplos aqui descritos são encontrados no livro “Missões Até Os Confins da Terra: Uma História Biográfica”, de Ruth A. Tucker, Editora Shedd, 2010. págs. 103-127, 138-148.
Nenhum comentário:
Postar um comentário