terça-feira, 19 de janeiro de 2021

O Evangelho

O Evangelho


O Evangelho diz respeito a salvação em Cristo Jesus. Mas, alguém poderia perguntar: Ser salvo do quê? Para responder essa pergunta é necessário compreender a doutrina do pecado e os atributos de Deus. Como o pecado original que é raiz fonte dos pecados atuais, e consequentemente a morte e condenação (Rm 5.12). O pecado causa desprezo pelo Criador, sua vontade revelada e a adoração que é devida somente a Ele.

A Escritura descreve que a palavra/mandamentos do SENHOR restaura a alma, dá sabedoria aos simples e traz grandes recompensas. (Sl 19.7-11) Ela restaura o homem aos padrões e propósitos originais, ao fim principal de sua criação e existência, a saber, glorificar a Deus e ser feliz n’Ele. (Rm 11.36) E como disse Agostinho de Hipona, “nossa alma está desassossegada enquanto não encontrar descanso em Ti.”

O Evangelho revela a misericórdia, o amor e a justiça do Criador. As Escrituras nos mostra que o homem estava perdido e condenado, e que Cristo é o único que pode lhe libertar e salvar, daí temos, a “boa notícia”, sentido da palavra “evangelho”, onde nos declara que Deus enviou seu Filho para satisfazer sua justiça e salvar o homem, perdoando as suas ofensas que afrontam a santidade de um Deus justo. Apenas através do sacrifício de Cristo o homem pode ser salvo e livre da merecida e justa condenação.

            Assim o evangelho, proclama que em Cristo temos a promessa e garantia da vida eterna, comunhão com o Criador, a adoração restaurada e mediada através de seu bendito Filho Jesus. A Santa Ceia, também chamada de “comunhão” nos lembra, constantemente, do sacrifício de Cristo por nós, de nossa união com Deus já desfrutada aqui por meio da adoração e submissão a sua vontade revelada, vivendo em genuína gratidão a Ele, pela vida presente seus benefícios e manutenção, e a certeza da vida vindoura, a esperança e conforto diante do temor e poder da morte, que é uma realidade que nos ronda. Nesse ponto sempre nos recordamos das palavras do Catecismo de Heidelberg:

“Qual o meu único consolo na vida e na morte? R. Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus Cristo. Ele pagou completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso e libertou-me de todo o domínio do diabo. Ele também me guarda de tal maneira que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação. Por isso, pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.”

            O evangelho nos lembra da esperança e conforto nas palavras do próprio Senhor Jesus, “aquele que crer em mim, viverá ainda que esteja morto, viverá... eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 11.24-26), apóstolo Paulo, falando acerca da ressurreição para que não sejamos ignorantes “como aqueles que não têm esperança... consola-vos com essas palavras” (1Ts 4.13, 18).

            Nele somos lembrados ainda, que Cristo Jesus o bom pastor, vem buscar o seu rebanho, as ovelhas do seu aprisco, o seu povo, sua noiva, julgar o mundo e restaurar todas as coisas. O evangelho de Cristo nos dá a certeza do reencontro com aqueles que amamos e que fomos ou somos temporariamente separados por um breve momento comparado com a eternidade. Nos fala ainda do fim dos sofrimentos do tempo presente, a comunhão perfeita e eterna na presença do Criador, aquele que nos deu a vida, e nos fez para Sua glória.

            Portanto se você ama de fato, seu cônjuge, seus filhos, seus parentes e amigos, compartilhe o evangelho com eles no dia a dia, tendo a certeza que nenhuma palavra voltará vazia para o SENHOR, ele cumprirá os seus propósitos de salvação ou condenação, nossa esperança é ver aqueles que amamos entre os benditos do Senhor. No dia do juízo veremos a consumação de todas as coisas, e a manifestação da misericórdia, amor e justiça de Deus em Cristo Jesus.

 

Ivanildo S. dos Anjos.

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