O Evangelho
O Evangelho diz
respeito a salvação em Cristo Jesus. Mas, alguém poderia perguntar: Ser salvo
do quê? Para responder essa pergunta é necessário compreender a doutrina do
pecado e os atributos de Deus. Como o pecado original que é raiz fonte dos
pecados atuais, e consequentemente a morte e condenação (Rm 5.12). O pecado
causa desprezo pelo Criador, sua vontade revelada e a adoração que é devida
somente a Ele.
A Escritura descreve
que a palavra/mandamentos do SENHOR restaura a alma, dá sabedoria aos simples e
traz grandes recompensas. (Sl 19.7-11) Ela restaura o homem aos padrões e
propósitos originais, ao fim principal de sua criação e existência, a saber,
glorificar a Deus e ser feliz n’Ele. (Rm 11.36) E como disse Agostinho de
Hipona, “nossa alma está desassossegada enquanto não encontrar descanso em
Ti.”
O Evangelho revela a
misericórdia, o amor e a justiça do Criador. As Escrituras nos mostra que o
homem estava perdido e condenado, e que Cristo é o único que pode lhe libertar
e salvar, daí temos, a “boa notícia”, sentido da palavra “evangelho”, onde nos
declara que Deus enviou seu Filho para satisfazer sua justiça e salvar o homem,
perdoando as suas ofensas que afrontam a santidade de um Deus justo. Apenas
através do sacrifício de Cristo o homem pode ser salvo e livre da merecida e
justa condenação.
Assim o evangelho, proclama que em Cristo temos a promessa e garantia da vida
eterna, comunhão com o Criador, a adoração restaurada e mediada através de seu
bendito Filho Jesus. A Santa Ceia, também chamada de “comunhão” nos lembra,
constantemente, do sacrifício de Cristo por nós, de nossa união com Deus já
desfrutada aqui por meio da adoração e submissão a sua vontade revelada, vivendo
em genuína gratidão a Ele, pela vida presente seus benefícios e manutenção, e a
certeza da vida vindoura, a esperança e conforto diante do temor e poder da
morte, que é uma realidade que nos ronda. Nesse ponto sempre nos recordamos das
palavras do Catecismo de Heidelberg:
“Qual o meu único
consolo na vida e na morte? R. Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço
de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus
Cristo. Ele pagou completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso
e libertou-me de todo o domínio do diabo. Ele também me guarda de tal maneira
que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha
cabeça; na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação. Por isso,
pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto
e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.”
O evangelho nos lembra da esperança e conforto nas palavras do próprio Senhor
Jesus, “aquele que crer em mim, viverá ainda que esteja morto, viverá... eu
o ressuscitarei no último dia” (Jo 11.24-26), apóstolo Paulo, falando
acerca da ressurreição para que não sejamos ignorantes “como aqueles que não
têm esperança... consola-vos com essas palavras” (1Ts 4.13, 18).
Nele somos lembrados ainda, que Cristo Jesus o bom pastor, vem buscar o seu
rebanho, as ovelhas do seu aprisco, o seu povo, sua noiva, julgar o mundo e
restaurar todas as coisas. O evangelho de Cristo nos dá a certeza do reencontro
com aqueles que amamos e que fomos ou somos temporariamente separados por um
breve momento comparado com a eternidade. Nos fala ainda do fim dos sofrimentos
do tempo presente, a comunhão perfeita e eterna na presença do Criador, aquele
que nos deu a vida, e nos fez para Sua glória.
Portanto se você ama de fato, seu cônjuge, seus filhos, seus parentes e amigos,
compartilhe o evangelho com eles no dia a dia, tendo a certeza que nenhuma
palavra voltará vazia para o SENHOR, ele cumprirá os seus propósitos de salvação
ou condenação, nossa esperança é ver aqueles que amamos entre os benditos do
Senhor. No dia do juízo veremos a consumação de todas as coisas, e a
manifestação da misericórdia, amor e justiça de Deus em Cristo Jesus.
Ivanildo S. dos Anjos.
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