*Este texto é a oitava parte do Romance. Você pode ler as outras partes clicando nos links ao lado do texto.
No dia seguinte fui à Biblioteca Municipal, pois
tinha combinado com o Max de encontrá-lo lá. Ao chegar à Biblioteca percebi
que algumas reformas foram feitas, como pintura, balcão novo e outros pequenos
detalhes. O aspecto da biblioteca era outro, um tanto diferente da ultima vez
que vim aqui.
Para minha supressa, a bibliotecária também
não era mais a mesma, agora era uma jovem:
- Boa tarde moça! – cumprimentei-lhe.
- Boa tarde! – respondeu ela simpaticamente com
um sorriso.
- Onde estar a dona Benina?
- Quem é dona Benina? – perguntou.
- É a senhora que cuidava da biblioteca!.
- Ah! A Sra. Tavares. Está de viajem, eu estou
substituindo ela esses dias.
- Sabe dizer se ela vai demorar na viajem?
- Não! Mas, acho que uns três meses.
- Está bem! Eu posso pegar uns livros na
prateleira que já conheço?
- Pode sim, fique a vontade, se precisar de
alguma coisa estarei aqui.
- Obrigado!
- De nada.
Fui à prateleira, peguei uns livros sobre
história da arte e segui para minha costumeira mesa de estudos. Onde o Max
estava à minha espera, o que não era nenhuma surpresa para mim, pois ele sempre
foi pontual em seus compromissos, quase nunca se atrasava.
- Grande Max, como sempre pontualidade
britânica!
- Grande Íthalo, como sempre debochado!
- Mas falando sério, se tem algo que admiro em
meu amigo, é essa pontualidade que nunca falha.
- Deixa de conversa e senta logo ai! Já faz um tempo que eu quero te contar
algo... - disse ele.
- Matasse quem? - interrompi irônico.
- É sério meu irmão... Eu acho que estou
apaixonado Íthalo...
- Quem tu? Não acredito!
- Por que não posso?
- Poder pode, sei lá, eu nunca vi uma pedra se
apaixonar.
- Então, saibas que...
- Quem foi que conseguiu quebrar essa pedra?
- Uma linda senhorita, a mais bela dama que já
vi até hoje.
- Ah! Eu quero conhecê-la.
- Pra que? – replicou.
- Por nada... Só quero conhecer a pessoa que
conseguiu essa façanha.
- Deixa de onda. Foste conhecer a riquinha amiga
de Fabrício?
- Riquinha? A mulher e uma barona.
- Como é ela, bonita mesmo como Fabrício
falou??
- Não sei, não a vi.
- Como não?!
- Ela não estava em casa.
- Que falta de compromisso...
- Foi o que falei para o Fabrício, que ficou
defendendo a atitude da amiginha.
- Max, meu amigo, ela mora numa Mansão em Torres
Villes.
- Brinca não!
- Tem mais, ela é da família dos Medeiros, das
Indústrias Medeiros certamente. Mas deixemos essa família para lá, e vamos
voltar à história da “Pedra Quebrada”.
- Falando sério Íthalo, o que eu faço?
- Sei lá nunca vi, uma pedra apaixonada, não
sei como lidar com essa situação. Mas falando sério nas coisas do amor sempre
se deve ir com calma, muita calma Max. Por que se for apenas uma paixão, ou ilusão
sempre passar rapidamente deixando as vezes algumas conseqüências, e feridas no coração. Então
observa bem com calma a questão. Quem é a feli...
- Eu não estou agüentando mais Íthalo. Eu tenho
que botar esse sentimento para fora, me expressar de forma mais clara, fazê-la
saber, senão eu vou explodir...
- Então fala pra ela.
- Como Íthalo? Quando eu chego perto dela, o meu
coração se desespera.
- Escreve uma carta...
- E eu sei lá como se escreve carta de amor Íthalo,
acho que sou muito rude pra isso.
- Enfim confessou! Mas não é tão difícil.
- Pra tu que já estás acostumado à escrever
besteira.
- É simples Max, presta atenção: é só você
escrever tudo o que está sentindo.
- Mas eu nunca escrevi uma carta de amor Íthalo.
- Meu irmão, é só tu passar para o papel, tudo
o querias dizer a ela pessoalmente, é até mais fácil do que falar face a face.
- Eu vou pensar, não é muito o meu estilo...
- E qual é o teu estilo?
- Nem eu mesmo sei, eu nunca precisei fazer uso
dele, eu vou tentar escrever então, por onde eu começo?
- Pelo começo... é só deixar o teu coração te guiar na hora de
escrever, passar para o papel tudo o que dirias a ela.
Indiquei alguns livros de poesia ao Max, para esquentar
ainda mais o coração dele e contribuir com a sua mente apaixonada. Depois, de lermos
um pouco, nos despedimos e nos apartamos.
- Valeu pela dica Íthalo, vou escrever a tal
carta, daqui à dois dias eu te falo alguma coisa, nos encontramos na hora do
almoço no lugar de sempre.
Continua...
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