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sexta-feira, 8 de junho de 2012

VIII. A Biblioteca

*Este texto é a oitava parte do Romance. Você pode ler as outras partes clicando nos links ao lado do texto.


No dia seguinte fui à Biblioteca Municipal, pois tinha combinado com o Max de encontrá-lo lá. Ao chegar à Biblioteca percebi que algumas reformas foram feitas, como pintura, balcão novo e outros pequenos detalhes. O aspecto da biblioteca era outro, um tanto diferente da ultima vez que vim aqui.

Para minha supressa, a bibliotecária também não era mais a mesma, agora era uma jovem:

- Boa tarde moça! – cumprimentei-lhe.

- Boa tarde! – respondeu ela simpaticamente com um sorriso. 

- Onde estar a dona Benina?

- Quem é dona Benina? – perguntou. 

- É a senhora que cuidava da biblioteca!. 

- Ah! A Sra. Tavares. Está de viajem, eu estou substituindo ela esses dias. 

- Sabe dizer se ela vai demorar na viajem?

- Não! Mas, acho que uns três meses.

- Está bem! Eu posso pegar uns livros na prateleira que já conheço? 

- Pode sim, fique a vontade, se precisar de alguma coisa estarei aqui.

- Obrigado!

- De nada.

Fui à prateleira, peguei uns livros sobre história da arte e segui para minha costumeira mesa de estudos. Onde o Max estava à minha espera, o que não era nenhuma surpresa para mim, pois ele sempre foi pontual em seus compromissos, quase nunca se atrasava.

- Grande Max, como sempre pontualidade britânica!

- Grande Íthalo, como sempre debochado!

- Mas falando sério, se tem algo que admiro em meu amigo, é essa pontualidade que nunca falha.

- Deixa de conversa e senta logo ai! Já faz um tempo que eu quero te contar algo... - disse ele.

- Matasse quem? - interrompi irônico.

- É sério meu irmão... Eu acho que estou apaixonado Íthalo...

- Quem tu? Não acredito!

- Por que não posso?

- Poder pode, sei lá, eu nunca vi uma pedra se apaixonar.

- Então, saibas que...

- Quem foi que conseguiu quebrar essa pedra?

- Uma linda senhorita, a mais bela dama que já vi até hoje.

- Ah! Eu quero conhecê-la.

- Pra que? – replicou.

- Por nada... Só quero conhecer a pessoa que conseguiu essa façanha.

- Deixa de onda. Foste conhecer a riquinha amiga de Fabrício?

- Riquinha? A mulher e uma barona.

- Como é ela, bonita mesmo como Fabrício falou?? 

- Não sei, não a vi.

- Como não?!

- Ela não estava em casa.

- Que falta de compromisso...

- Foi o que falei para o Fabrício, que ficou defendendo a atitude da amiginha.

- Max, meu amigo, ela mora numa Mansão em Torres Villes.

- Brinca não! 

- Tem mais, ela é da família dos Medeiros, das Indústrias Medeiros certamente. Mas deixemos essa família para lá, e vamos voltar à história da “Pedra Quebrada”.

- Falando sério Íthalo, o que eu faço? 

- Sei lá nunca vi, uma pedra apaixonada, não sei como lidar com essa situação. Mas falando sério nas coisas do amor sempre se deve ir com calma, muita calma Max. Por que se for apenas uma paixão, ou ilusão sempre passar rapidamente deixando as vezes algumas  conseqüências, e feridas no coração. Então observa bem com calma a questão. Quem é a feli...

- Eu não estou agüentando mais Íthalo. Eu tenho que botar esse sentimento para fora, me expressar de forma mais clara, fazê-la saber, senão eu vou explodir...

- Então fala pra ela.

- Como Íthalo? Quando eu chego perto dela, o meu coração se desespera.

- Escreve uma carta...

- E eu sei lá como se escreve carta de amor Íthalo, acho que sou muito rude pra isso.

- Enfim confessou! Mas não é tão difícil.

- Pra tu que já estás acostumado à escrever besteira.

- É simples Max, presta atenção: é só você escrever tudo o que está sentindo.

- Mas eu nunca escrevi uma carta de amor Íthalo.

- Meu irmão, é só tu passar para o papel, tudo o querias dizer a ela pessoalmente, é até mais fácil do que falar face a face.

- Eu vou pensar, não é muito o meu estilo...

- E qual é o teu estilo?

- Nem eu mesmo sei, eu nunca precisei fazer uso dele, eu vou tentar escrever então, por onde eu começo? 

- Pelo começo...  é só deixar o teu coração te guiar na hora de escrever, passar para o papel tudo o que dirias a ela.

Indiquei alguns livros de poesia ao Max, para esquentar ainda mais o coração dele e contribuir com a sua mente apaixonada. Depois, de lermos um pouco, nos despedimos e nos apartamos.  

- Valeu pela dica Íthalo, vou escrever a tal carta, daqui à dois dias eu te falo alguma coisa, nos encontramos na hora do almoço no lugar de sempre.

- Combinado meu irmão, e escreve com o coração...



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